🎮 Fim da Era dos Preços Baixos: Por Que Jogos e Consoles Estão Mais Caros?
Descubra como Nintendo, PlayStation e Xbox romperam uma tradição de décadas ao aumentarem os preços dos consoles, jogos e acessórios. Entenda as causas econômicas por trás dessa nova realidade e como isso afeta o bolso dos gamers.
NetoJacy
8/4/202545 min read


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Análise Profunda: Aumentos de Preço do Switch e Dados de Vendas do Switch 2
1. Contexto Histórico e Técnico dos Aumentos de Preços
Tradicionalmente, esperava-se que consoles de videogame ficassem mais baratos com o tempo. No entanto, nos últimos 5 anos essa tendência se inverteu: Nintendo, Sony e Microsoft passaram a reajustar os preços para cima devido a inflação global, crise de componentes e variações cambiais. Em 2022, por exemplo, a Sony anunciou um aumento oficial do preço do PlayStation 5 em vários mercados fora dos EUA, citando a “difícil decisão” diante de inflação e câmbio. Com isso, o PS5 com leitor de discos subiu de €499 para €549 na Europa e de £449 para £479 no Reino Unido, entre outros reajustes. No Japão, o PS5 ficou ~21% mais caro (¥49.980 para ¥60.478) a partir de setembro de 2022. Nos Estados Unidos, a Sony manteve o preço original, mas a mensagem era clara: fatores globais forçaram as fabricantes a repensar suas tabelas.
Gráfico: Evolução dos Preços Reais de Consoles (1985–2025)
O gráfico apresenta uma comparação histórica dos preços ajustados pela inflação de consoles da Nintendo, PlayStation e Xbox, cobrindo o período de 1985 até 2025. Os valores são aproximados e representados em dólares de 2025, com base em dados de lançamentos oficiais e ajustes inflacionários estimados. Ele mostra como os consoles mantiveram um padrão de preços relativamente estável por décadas, até o recente aumento observado nas últimas gerações.
Pouco depois, a Microsoft seguiu caminho similar. Em meados de 2023, a empresa revelou que aumentaria o preço do Xbox Series X na maioria dos países, equiparando-o ao PS5 pós reajuste. No Reino Unido, por exemplo, o Series X subiu para £479,99; na Europa foi a €549,99; no Canadá, CAD$649,99; e na Austrália, AUD$799,99 – os mesmos patamares do PS5. A Microsoft havia mantido os preços estáveis por anos, mas admitiu que precisou “ajustar para refletir as condições competitivas de cada mercado”. Vale notar que no Brasil, Chile, Colômbia e Japão a Microsoft decidiu não elevar os preços do Series X naquele momento, possivelmente por já serem mercados sensíveis. Além do hardware, serviços e jogos também encareceram: em julho de 2023, a Microsoft aumentou a assinatura do Xbox Game Pass de US$9,99 para US$10,99 mensais (Ultimate de US$14,99 para US$16,99), justificando ser o primeiro reajuste desde o lançamento.
A Nintendo, por sua vez, historicamente evitava reajustar preços de consoles após o lançamento – o Nintendo Switch original manteve exatamente US$299 por anos, sem cortes. Surpreendentemente, em agosto de 2025 até a Nintendo cedeu: anunciou que os consoles da família Switch original ficariam mais caros nos EUA, culpando “condições de mercado”. Foi o inverso do que se espera de um aparelho com 8 anos de mercado. O Switch padrão subiu de US$300 para US$340, o Switch Lite de US$200 para US$230, e o Switch OLED de US$350 para US$400. Enquanto isso, o novo Switch 2 manteve preço de US$450 (por ora) e não sofreu reajuste. Porém, a Nintendo alertou que “ajustes futuros podem ser necessários” conforme o cenário. Esses aumentos foram atribuídos a tarifas de importação elevadas e inflação: nos EUA, tarifas extras de até 15–30% sobre produtos da China, Japão e outros países aumentaram o custo de eletrônicos. Em resumo, esta geração quebrou a regra: PS5, Xbox Series e Switch subiram de preço em vez de baratear, algo impensável em gerações anteriores.
Além dos consoles, os jogos e acessórios também encareceram. No início da geração atual (2020), publishers como 2K e Sony inauguraram o padrão de jogos AAA a US$70, acima dos tradicionais US$60. A Nintendo resistiu até 2023, quando anunciou The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom por US$69,99, tornando-se sua primeira grande franquia a sair acima de US$60. Esse movimento alinha a Nintendo às rivais: tanto a divisão Xbox da Microsoft quanto a Ubisoft já haviam declarado que seus lançamentos principais custariam US$70 dali em diante. Ou seja, em poucos anos o preço padrão dos jogos premium subiu ~17%. Acessórios também ficaram mais caros ou sofisticados: o controle DualSense do PS5 chegou em 2020 custando US$69,99 (contra US$59,99 do DualShock 4 anterior), e edições “Pro” surgiram a valores altíssimos (o controle sem fio DualSense Edge foi lançado a US$199). No ecossistema Nintendo, um par de controles Joy-Con sempre foi caro (US$79,99), mas em 2025 a empresa fez dois reajustes nos preços de acessórios – ao ponto de os novos Joy-Con do Switch 2 chegarem a US$100. Isso aumenta a expectativa de que ao menos tenham corrigido problemas crônicos como o drift das alavancas.
Tabela: Reajustes de Preço nos Games e Consoles (2020–2024)
Esta tabela apresenta aumentos recentes nos preços de consoles, jogos e serviços entre 2020 e 2024. Os dados mostram reajustes oficiais praticados por Sony, Microsoft e Nintendo em diferentes produtos e regiões. As porcentagens foram calculadas com base nos valores divulgados por fontes confiáveis, representando uma mudança significativa na política de preços da indústria.
Em resumo, entre 2020 e 2025 vivemos uma tempestade perfeita de pressão de custos. A pandemia de Covid-19 gerou escassez de chips e logística cara; a inflação global elevou gastos de fabricação; taxas de câmbio (como dólar alto no Brasil, iene fraco no Japão) corroeram margens; e tarifas comerciais encareceram importações. As fabricantes repassaram parte desses custos ao consumidor – algo raro na história dos games. No Brasil, esses aumentos globais são ainda mais sentidos: além do câmbio desfavorável, incidem impostos de importação, IPI e ICMS, tornando os preços locais extremamente altos. Falaremos adiante do caso brasileiro, mas fato é que jogar ficou mais caro em praticamente todo o mundo nos últimos 5 anos.
Gráfico Comparativo de Vendas: Switch 2 vs. PS5, PS4, Steam Deck e Switch 1
Gráfico de barras horizontais que destaca o desempenho de vendas globais de cinco consoles entre 2023 e 2024. O Nintendo Switch 2 lidera com 9 milhões de unidades, seguido pelo PS5 e PS4. O visual retro reforça o contraste entre gerações e mostra a ascensão surpreendente do novo híbrido da Nintendo.
2. Comparativo de Vendas: Switch 2 vs. PS5, PS4, Steam Deck e Switch 1
Mesmo com preços altos, a demanda por consoles segue aquecida. A nova geração trouxe recordes de vendas, e o Nintendo Switch 2 desponta como um fenômeno. Lançado em junho de 2025, o sucessor do Switch imediatamente quebrou marcas históricas. Em apenas 4 dias, o Switch 2 vendeu 3,5 milhões de unidades globalmente, tornando-se o maior lançamento de console de todos os tempos em ritmo de vendas. Para contextualizar: o Switch original vendeu 2,74 milhões no seu primeiro mês inteiro em 2017, e o PlayStation 5 (detentor do recorde anterior) levou cerca de duas semanas para superar 2,1 milhões de PS4 vendidos no mesmo período. Ou seja, o Switch 2 em menos de uma semana ultrapassou o que PS4 e PS5 venderam em duas semanas, assumindo o título de lançamento mais bem-sucedido da história em unidades. A Nintendo of America comemorou oficialmente no Twitter que o Switch 2 tornou-se seu hardware de venda mais rápida de todos os tempos. Essa arrancada equivale a quase 875 mil consoles por dia nos primeiros quatro dias – um ritmo impressionante.
Passado o lançamento, o ímpeto do Switch 2 continuou forte. A Nintendo reportou que em menos de um mês já havia vendido 5,82 milhões de unidades do Switch 2 (até 30 de junho de 2025). Desse total, 3,5M foram na primeira semana e o restante ao longo das semanas seguintes, totalizando o maior volume já registrado no primeiro mês de um console. Para efeito de comparação, o PlayStation 5 vendeu cerca de 4,5 milhões em seus primeiros ~7 semanas (novembro e dezembro de 2020) – e isso incluindo a época de Natal. O Switch 2 atingiu números similares em muito menos tempo e sem depender de uma temporada de festas. Analistas estimam que, somando julho/2025, o Switch 2 já teria aproximadamente 8 milhões de unidades vendidas mundialmente, superando até as projeções internas da Nintendo. De fato, a empresa estabeleceu uma meta de 15 milhões de Switch 2 vendidos até março de 2026, e após o primeiro trimestre fiscal já estava bem encaminhada.
Mas como o Switch 2 se sai frente a outros sistemas populares como PS5, PS4, Steam Deck e o próprio Switch original? Vamos comparar números globais e desempenho médio:
Linha do Tempo de Lançamento e Picos de Vendas: Consoles 2013–2024
Este gráfico apresenta uma linha do tempo comparando o momento de lançamento e os picos de vendas de cinco consoles: PS4, PS5, Switch 1, Switch 2 e Steam Deck. Ele destaca a rápida adoção do Switch 2, cujas vendas explodiram em apenas 3 meses após o lançamento — contrastando com os ciclos mais longos de crescimento dos demais.
No gráfico acima, vemos que o Nintendo Switch (2017) alcançou cerca de 150 milhões de unidades vendidas mundialmente (estimativa de sell-through até 2025). Esse número gigantesco faz do Switch um dos consoles mais vendidos da história – segundo lugar no ranking de todos os tempos, atrás apenas do PlayStation 2 (155–160 milhões). Já o PlayStation 4 (2013) encerrou sua vida em 117 milhões de unidades, o que também o coloca entre os mais bem-sucedidos. O PlayStation 5 (2020), por sua vez, atingiu 77,8 milhões até março de 2025, mantendo um ritmo equivalente ao do PS4 apesar dos contratempos iniciais de estoque. Aliás, nos primeiros 4 anos e meio, o PS5 vendeu praticamente empatado com o PS4 no mesmo intervalo – apenas ~1,2 milhão atrás do PS4, quando alinhamos os lançamentos. Isso é notável, considerando que o PS5 enfrentou forte escassez de chips na pandemia e ainda teve reajuste de preço, ficando mais caro que o PS4 estava no seu quinto ano. Ou seja, a demanda pelo PS5 permaneceu altíssima, e com a normalização da oferta o console recuperou terreno. A Sony já vendeu 77,8M de PS5 em 4,5 anos, e projetava chegar perto de 90 milhões até final de 2025 (apesar de prever uma leve queda de ritmo nas vendas anuais).
Voltando à Nintendo, o Switch original (2017) soma ~150M (vendidos aos consumidores) como citado, enquanto o Switch 2 mal começou sua trajetória mas já em julho/2025 tinha por volta de 6–8 milhões de unidades nas mãos dos jogadores. Isso significa que em poucos meses o Switch 2 ultrapassou a base instalada do Steam Deck, o portátil-PC da Valve que estava estimado em ~3,7 milhões de unidades no fim de 2024. Segundo a consultoria IDC, o Steam Deck havia vendido aproximadamente 3,7 milhões globalmente até dezembro/2024, possivelmente chegando a 4 milhões no início de 2025. Apesar de bem-sucedido dentro do nicho de portáteis para entusiastas, o Deck está em outra ordem de grandeza comparado aos consoles mainstream – ele levou quase 3 anos para atingir o que o Switch 2 fez em um único mês. Isso reflete diferenças de público e distribuição: o Steam Deck, lançado em 2022, teve produção limitada e não conta com vendas oficiais em muitos países (Brasil incluso), enquanto consoles como Switch e PlayStation têm ampla distribuição mundial.
Vamos agora a métricas de desempenho interessantes: média de vendas por dia e por mês. O Switch 2 impressiona não só no acumulado, mas no ritmo diário inicial: ~875 mil consoles por dia nos 4 primeiros dias. Mesmo diluindo pelo primeiro mês completo (~25 dias até 30/06), temos cerca de 232 mil unidades/dia em média mundial – ainda um valor altíssimo. Já o PS5, distribuído em mais de 40 meses até Mar/2025, atingiu em média ~65 mil unidades por dia ao longo de sua existência, ou aproximadamente 1,9 milhão por mês (claro que com oscilações sazonais). Essa média do PS5 subiu significativamente após 2022, quando a oferta normalizou; nos primeiros meses pós-lançamento, o ritmo era menor devido à falta de estoque, e não à falta de demanda. O PS4, por sua vez, teve média de ~1,5 milhão por mês nos primeiros 5 anos, atingindo ~80 milhões nesse período – um desempenho muito parecido com o do PS5 até aqui. Nintendo Switch (2017) manteve cerca de 1,3 milhão/mês em média durante mais de 7 anos, mas com picos altos nos primeiros anos e declínio recente. Como o Switch original nunca teve redução de preço, suas vendas se sustentaram sem grandes saltos pós-lançamento, mas de forma constante graças a jogos de sucesso (o aparelho vendeu 10,8M de unidades no ano fiscal encerrado Mar/2025, já em declínio de 31% vs. ano anterior). Já o Steam Deck vendeu perto de 100–120 mil unidades por mês em média desde 2022 (somando ~4M em 34 meses). Esse número, embora modesto diante dos consoles maiores, na prática fez do Steam Deck o líder absoluto do segmento de PCs portáteis híbridos, abocanhando ~50% das vendas de handheld PCs entre 2022–2024. Ou seja, no nicho dele o Deck “dominou”, mas em volume geral fica bem atrás dos consoles tradicionais.
Também é válido analisar o desempenho por país/região, pois os mercados têm comportamentos distintos. No Japão, terra natal da Nintendo, o Switch 2 teve uma recepção explosiva: vendeu ~1,54 milhão de unidades no primeiro mês só no Japão, quebrando o recorde histórico de lançamento no país (anteriormente do Game Boy Advance em 2001, com ~1,24M). Esse número do Switch 2 no Japão é quase 3 vezes o do Switch original no mesmo intervalo (o Switch de 2017 vendeu ~556 mil no primeiro mês japonês). Em outras palavras, o Switch 2 está vendendo três vezes mais rápido que o Switch 1 no Japão – um feito notável. Inclusive superou até o Playstation 2, que era o recordista absoluto de lançamentos no Japão desde 2000 com ~1,13M no primeiro mês. Isso mostra a força da marca Nintendo no mercado japonês atual, ofuscando as concorrentes na estreia do hardware. Já no Estados Unidos, outro mercado crucial, o Switch 2 também estabeleceu recordes: vendeu 1,1 milhão de unidades em menos de uma semana de lançamento nos EUA, e fechou o mês de junho/2025 acumulando 1,6 milhão de consoles vendidos nos EUA. Segundo o instituto Circana (antigo NPD), esse foi o maior volume já registrado em mês de lançamento de qualquer console na história dos EUA, superando o recorde anterior que pertencia ao PS4 (1,1M no mês de novembro/2013). Ou seja, tanto no Japão quanto nos EUA – os dois maiores mercados de games – o Switch 2 bateu recordes de venda inicial, tornando-se o plataforma de venda mais rápida da história em ambos os países. Na Europa, embora números exatos não tenham sido divulgados publicamente, reportes indicam que o Switch 2 teve forte desempenho, liderando as vendas de hardware em junho de 2025 em territórios como Reino Unido, França e Alemanha. A disponibilidade de estoque (sem a escassez que afetou PS5 em 2020) permitiu atender a demanda reprimida por um novo console Nintendo após 7 anos de Switch.
Vale destacar que o PlayStation 5 também atingiu marcos importantes: apesar de não ter quebrado recordes absolutos de lançamento, o PS5 se tornou o console PlayStation de venda mais rápida nos EUA até então, superando as vendas do PS4 nos primeiros meses naquele mercado. Globalmente, como vimos, o PS5 e o PS4 estão praticamente empatados em trajetória até o 5º ano, com ~78 milhões cada. O PS4 eventualmente chegou a 117M e o PS5 ainda tem potencial para ultrapassar isso caso mantenha fôlego e receba mais cortes de preço nos próximos anos. Já o Xbox Series X|S (não listado na pergunta, mas importante para contexto) acumularam cerca de 32–33 milhões até início de 2025 segundo estimativas de mercado. Isso coloca as vendas combinadas dos Xbox Series bem abaixo do PS5 e do Switch, evidenciando que nesta geração a Microsoft ficou atrás em unidades vendidas – embora a empresa foque em serviços e assinaturas, o que dilui a relevância do número bruto de consoles. De todo modo, a base instalada de cada plataforma influencia o ecossistema de jogos: com ~150M de Switch 1, ~80M de PS5, ~30M de Xbox Series e alguns milhões de Switch 2 já rodando, desenvolvedores calibram seus lançamentos conforme o público disponível em cada sistema.
Em média por país, dá para se dizer que o Switch 2 hoje é o líder mensal em Japão e possivelmente Europa (nos meses pós-lançamento), enquanto o PS5 liderava nos EUA até maio/2025 mas foi superado pelo boom do Switch 2 em junho. O Steam Deck, por ser produto de nicho, teve sua maior adoção proporcional nos EUA e Europa Ocidental; no Japão praticamente não existe mercado para ele, e no Brasil sua presença é mínima via importadores. Aliás, no Brasil – assunto do próximo tópico – o Switch 2 chegou custando caro, mas ainda assim atraindo fãs dispostos a pagar o preço da novidade.
Em suma, o Nintendo Switch 2 teve um início sem precedentes em velocidade de vendas, superando marcas históricas tanto globalmente quanto em mercados-chave. PlayStation 5 e PlayStation 4 seguem como consoles de enorme sucesso, com o PS5 conseguindo igualar o ritmo do PS4 mesmo enfrentando desafios (e devendo ultrapassar o PS4 em breve se a tendência se mantiver). O Switch original está entre os consoles mais vendidos de todos os tempos, e ainda contribui com milhões de unidades vendidas a cada ano remanescente. E o Steam Deck, embora irrelevante em volume frente aos gigantes, provou o apelo de um portátil estilo PC para um segmento dedicado de jogadores – tendo vendido cerca de 4 milhões de unidades e dominado sua categoria até agora. A paisagem de vendas indica um mercado de consoles aquecido e em crescimento, apesar de preços mais altos: a base instalada combinada de todas as plataformas atuais é robusta, o que também significa um mercado de jogos muito ativo. Para a Nintendo, especificamente, o desafio será manter o ritmo do Switch 2 nos próximos anos a fim de eventualmente migrar os 150 milhões de usuários do Switch 1 – mas isso já é assunto de estratégia de ciclo de vida, que abordaremos adiante.
Ilustração dividida em três partes mostra os principais desafios do mercado de games no Brasil: o perfil do consumidor, os impactos do dólar alto nos preços e a complexidade logística para distribuição.
3. Mercado Brasileiro: Consumidor, Dólar Alto e Logística
O Brasil historicamente é um mercado desafiador para consoles, marcado por preços elevados, impostos altos e poder aquisitivo desigual. A chegada do Switch 2 ao Brasil exemplifica bem esses desafios. A Nintendo lançou oficialmente o console no país em 5 de junho de 2025 (simultâneo ao lançamento global), porém com um preço sugerido estratosférico de R$ 4.499,90 pelo modelo básico. Esse valor torna o Switch 2 brasileiro o mais caro do mundo em dólares: aproximadamente US$ 920 pela cotação da época – mais que o dobro dos US$ 449 nos EUA. Mesmo considerando impostos, é um preço salgado: a CNN Brasil destacou que R$ 4.500 representam quase R$ 2.000 a mais do que o custo convertido do preço americano. No pacote com jogo (Switch 2 + Mario Kart World), o preço vai a R$ 4.799,90. E os jogos avulsos chocaram os consumidores: Mario Kart World a R$ 499,90 e Donkey Kong Bananza a R$ 439,90 no lançamentos – valores próximos de US$ 90–100 por jogo, quando nos EUA o padrão é US$ 69,99. Esses números sintetizam o impacto da alta do dólar e da tributação: o Brasil tem carga de impostos (IPI, PIS/COFINS, ICMS) que incide em cascata sobre consoles importados, além dos custos de distribuição continental.
Apesar de algumas reduções de impostos nos últimos anos – o governo federal cortou o IPI de consoles de 50% para 40% em 2019, depois para 30% em 2020 e 20% em 2021 – os preços finais continuam muito altos. O dólar oscilando na faixa de R$5,00 a R$5,50 nos últimos anos encareceu todos os eletrônicos. E como as fabricantes não montam mais consoles no Brasil (diferente de 10–15 anos atrás, quando havia produção local do Xbox 360 e PS3), praticamente tudo é importado da Ásia, pagando imposto cheio. Estimativas de especialistas apontam que o custo “cheio” de um console importado legalmente pode dobrar do preço de fábrica para o varejo brasileiro. No caso do Switch 2, por exemplo, se considerarmos US$ 449 = ~R$ 2.250 sem imposto, após incluir 20% IPI, ~30% ICMS (dependendo do estado), PIS/COFINS ~9%, margem de lucro, frete internacional e local, chega-se facilmente aos ~R$ 4.500 anunciados. Ou seja, mais da metade do preço final são impostos e custos extras.
Gráfico: Variação do Dólar vs. Preço Médio de Jogos no Brasil (2019–2024)
Este gráfico de linha compara a variação do dólar comercial (R$/US$) com os preços médios de jogos AAA no Brasil entre 2019 e 2024. É possível observar uma forte correlação, principalmente durante o pico cambial de 2020–2021, quando os preços ultrapassaram R$270. Mesmo com leve queda no dólar depois, os preços continuam elevados, indicando que o impacto é cumulativo e associado também à logística e tributação.
Como o consumidor brasileiro se comporta diante desses valores? Historicamente, os jogadores adotam diversas estratégias: alguns adiam a compra ou optam por gerações anteriores (por isso o PS4 e o Switch 1 continuaram com mercado mesmo após sucessores disponíveis). Outros recorrem ao mercado cinza – importação informal via Paraguai, Ebay, Mercado Livre – em busca de preços menores. No caso do Switch 2, houve relatos de importadores trazendo o console por ~R$ 3.500–3.800 no lançamento, ainda caro mas ~20% abaixo do oficial. Esse “mercado paralelo” tende a crescer quando os preços oficiais disparam ou há falta de estoque. Vimos um caso extremo recentemente com o Xbox Series X: no início de 2025, praticamente sumiu das lojas oficiais no Brasil porque a Microsoft reduziu drasticamente o envio de unidades ao país. Isso levou o Series X a ser encontrado apenas no paralelo, por valores entre R$ 5.000 e R$ 10.000. Muitos gamers brasileiros expressaram frustração nas redes, se vendo obrigados a pagar ágio absurdo ou então desistir do console. Situações assim não são inéditas – na época do PS3 e Xbox 360 também houve períodos de escassez local – mas ilustram a constante: quando o produto some ou custa caro demais, o consumidor brasileiro busca alternativas (importar, comprar usado, etc.). Felizmente, até o momento a Nintendo parece ter fornecido estoque suficiente do Switch 2 para o lançamento brasileiro, evitando escassez imediata. Porém, caso o dólar dispare ou a demanda supere a oferta oficial, não é impensável ver o Switch 2 inflacionado no mercado informal também.
Outro comportamento típico no Brasil é o parcelamento. Consoles de R$ 4-5 mil dificilmente são comprados à vista pela maioria; as lojas e cartões oferecem parcelamento em 10x, 12x sem juros, o que ameniza (psicologicamente) o peso do preço. Assim, muitos fãs encaram prestações de R$ 400–500 por mês para ter o lançamento. Promoções sazonais também viram esperança: aguardam-se quedas no Black Friday ou bundles promocionais. No caso do Switch original, vimos seu preço oficial cair levemente quando a Nintendo iniciou vendas diretas via distribuidora em 2020: ele chegou a R$ 2.999 naquele ano, depois de ter sido lançado a R$ 4.000 em 2017 via importação independente. Então há expectativa se o Switch 2 poderá ter reduções modestas no futuro ou promoções com jogos inclusos. Todavia, com a Nintendo anunciando aumento de preços nos EUA (e não redução) em 2025, fica a dúvida se o Brasil também sofrerá reajuste ou se manterá o valor nominal.
Infográfico: Perfil do Consumidor de Jogos no Brasil
Infográfico horizontal com dados demográficos dos gamers brasileiros, incluindo média de idade (30 anos), tempo de experiência (12 anos), preferência por jogos gratuitos e uso de plataformas como consoles (53%), celulares (48%) e computadores (42%).
Quanto aos modelos mais procurados no Brasil, o fator preço pesa muito. No caso do Switch, a versão Lite (focada em portabilidade, sem dock) tinha tudo para ser popular por ser mais barata. De fato, quando lançada oficialmente aqui em 2021, atraiu quem queria entrar no “mundo Switch” gastando menos – custava em torno de R$ 1.899 a R$ 2.199, contra R$ 2.999 do modelo padrão. Porém, com o tempo muitos perceberam as limitações (não conecta na TV, controles fixos) e passaram a preferir juntar mais dinheiro pelo modelo OLED ou o V1/V2 normal. Atualmente, o Switch OLED é um dos mais desejados entre entusiastas por sua tela melhor, mas seu preço oficial (R$ 2.699 em 2022) era mais alto que o Switch V2 comum (~R$ 2.299). Então há uma segmentação: consumidores hardcore com mais renda optam pelo modelo top (OLED ou agora direto o Switch 2), enquanto público casual ou infantil pode ficar com modelos antigos ou usados. Com a chegada do Switch 2 a R$ 4.500, é provável que muitos brasileiros permaneçam comprando o Switch 1 (que continua no mercado) por ser quase 40%+ mais barato. Até o momento, a Nintendo não anunciou redução no preço do Switch original no Brasil – permanece perto de R$ 3 mil – mas é possível encontrá-lo no varejo por valores menores em promoção. Assim, quem prioriza economia deve seguir optando pelo Switch antigo ou até por consoles de gerações passadas (PS4, por exemplo, se encontra na faixa de R$ 2.000 usado).
Outro ponto importante é a logística de distribuição no Brasil. O país tem dimensões continentais e a maior parte dos consoles entra via Zona Franca de Manaus, no Amazonas, onde existe incentivos fiscais para montagem ou importação. A Nintendo trabalha com a Ingram Micro como distribuidor oficial, que traz os produtos e os envia a varejistas. Problemas logísticos, como atrasos na liberação alfandegária em Manaus ou dificuldades de transporte interno, podem afetar a disponibilidade e o custo. Além disso, o real desvalorizado encarece o frete internacional (geralmente cotado em dólar). Apesar desses entraves, a Nintendo mostrou comprometimento em retornar ao Brasil: depois de ter saído oficialmente em 2015 devido à carga tributária, reabriu operações oficiais em 2020 com o lançamento do Switch. O Switch 2 sendo lançado simultaneamente no Brasil sinaliza que o mercado brasileiro é levado em consideração – mesmo que ainda caro, o produto está disponível oficialmente, algo que nem sempre ocorreu no passado (vide o Wii U, que nunca teve lançamento oficial aqui).
No que tange ao comportamento do consumidor brasileiro de games, vale mencionar que o Brasil tem uma grande comunidade de jogadores de PC e mobile, em parte devido aos custos menores (um smartphone ou um PC parcelado servem para múltiplas funções, diferente de um console dedicado). Entretanto, consoles continuam populares – o país figura consistentemente entre os 10 maiores mercados de games do mundo em faturamento. Os brasileiros são apaixonados por jogos, mas precisam equilibrar o hobby com a realidade econômica local. Muitos acabam comprando consoles anos após o lançamento, quando o preço cai ou surge no mercado de segunda mão. É comum também a venda do console antigo para ajudar a financiar o novo (por exemplo, vender um PS4 ou um Switch usado e usar o dinheiro para abater parte do custo do PS5/Switch 2). Programas de recompra ou trade-in ainda não são muito difundidos aqui pelas fabricantes, mas algumas lojas já fazem promoções dando crédito ao cliente que entregar o console usado na compra de um novo.
Mapa Logístico do Brasil
Este infográfico destaca os principais pontos de conexão logística do Brasil, incluindo rodovias centrais, grandes portos e aeroportos. A divisão regional evidencia as disparidades e gargalos que afetam diretamente o preço de produtos como consoles e jogos.
Um fator macroeconômico crucial é a oscilação do dólar. Em 2020, com a pandemia, o dólar disparou de ~R$4 para mais de R$5,50, elevando preços de PS5 e Xbox Series no lançamento. Em 2022–2023 houve alguma queda do dólar para ~R$5,0, o que permitiu pequenos ajustes para baixo nos preços oficiais (ex: a Sony chegou a lançar o PS5 no Brasil a R$ 4.699, mas depois reduziu para R$ 4.399 quando o IPI baixou e o câmbio melhorou um pouco). Porém, em 2024–25 o dólar voltou a rondar R$5,20 e a perspectiva fiscal do país influencia diretamente os custos de importação. Ou seja, o gamer brasileiro involuntariamente vira um “torcedor” do câmbio: se o real valoriza, consoles ficam menos proibitivos; se desvaloriza, podem ter aumentos ou ficar encalhados nas prateleiras.
Por fim, a assistência técnica e a manutenção preventiva também fazem parte da experiência no Brasil. Por causa do clima tropical (falaremos no próximo item sobre riscos térmicos), e também pela questão do drift de controles e outros defeitos comuns, é importante ter assistência autorizada. A Nintendo conta com centros autorizados (Deal4B está entre eles, embora no enunciado apareça “Deal Forbe”, possivelmente referindo-se a alguma assistência ou parceria anunciada) onde consumidores podem consertar Joy-Cons, consoles fora da garantia etc. No passado, a ausência de representação oficial dificultava reparos – fãs dependiam de lojas especializadas de terceiros. Agora, com suporte oficial restabelecido, espera-se um pós-venda melhor, embora ainda custoso (peças importadas encarecem consertos). Assim, muitos tomam cuidados extras: usam nobreaks ou estabilizadores para proteger os aparelhos de surtos de energia, fazem limpeza periódica para evitar poeira excessiva e, quando possível, instalam o console em ambientes climatizados (um luxo nem sempre disponível, mas alguns gamers dedicados colocam o videogame no quarto com ar-condicionado, por exemplo, para aliviar o calor que ele mesmo gera).
Resumo do mercado brasileiro:
É um cenário de alta demanda reprimida por preços. O dólar alto e impostos limitam o acesso, empurrando consumidores para alternativas (parcelamento, esperar promoções, comprar usado ou no mercado cinza). Ainda assim, o brasileiro dá um jeito – a paixão por games fala alto. O Switch 2 vendeu bem no lançamento local dentro do público hardcore disposto a pagar R$ 4,5k (as unidades iniciais esgotaram em algumas varejistas online na pré-venda, indicando um nicho fiel). Porém, a maioria dos jogadores deverá adiar a migração, continuando no Switch original ou migrando para outro console que caiba no bolso. Empresas que atuam aqui têm que equilibrar preço e volume: reduzir muito o preço oficial sacrifica margem num país de alto custo, mas precificar alto demais reduz drasticamente a base instalada e empurra parte das vendas para fora do canal oficial. É um balanço delicado. Por enquanto, com Switch 2 a Nintendo adotou uma estratégia premium (preço cheio) mirando os fãs mais afluentes; resta ver se, com o tempo, teremos ajustes ou promoções para atrair uma fatia maior do vasto público gamer brasileiro.
Ilustração mostra três consoles populares operando em ambientes quentes com sinais visuais de superaquecimento. Representa os desafios enfrentados por jogadores em países tropicais, onde a alta temperatura ambiente pode afetar o desempenho, a durabilidade e até a segurança dos dispositivos eletrônicos.
4. Riscos Térmicos em Países Tropicais: Consoles e o Clima Quente
O clima tropical brasileiro – quente e úmido – apresenta desafios adicionais para a saúde dos consoles. Temperaturas ambiente frequentemente acima de 30 °C, combinadas à alta umidade em muitas regiões, podem contribuir para superaquecimento e desgaste prematuro de componentes eletrônicos. Consoles modernos, como PS5, Xbox Series e Switch, são projetados para operar de maneira ideal em ambientes de até cerca de 35 °C de temperatura ambiente. Esse é, inclusive, o intervalo indicado nos manuais: o PS5, por exemplo, especifica faixa de operação de 5 °C a 35 °C. Acima disso, o sistema de resfriamento pode não conseguir dissipar calor com eficiência, levando a throttling (redução de desempenho) ou até desligamento automático para proteção.
Em lugares como o Norte e Nordeste do Brasil, onde facilmente se atinge 36–40 °C nas tardes de verão, jogar videogame sem ar-condicionado pode significar submeter o console a condições fora do ideal de projeto. O calor excessivo dilata componentes, resseca a pasta térmica do processador e força a ventoinha ao máximo, aumentando ruído e consumo. A umidade, por sua vez, pode causar oxidação de contatos e placas, especialmente se o aparelho é movido de ambiente frio para quente rapidamente (ocasionando condensação). Uma lenda urbana entre gamers brasileiros é colocar o videogame dentro da geladeira ou apontar ventilador diretamente – mas isso não é recomendado, pois mudanças bruscas de temperatura e umidade podem piorar a situação (formação de gotículas de água dentro do aparelho, por exemplo, é perigoso).
Gráfico de Barras: Temperatura Ideal vs. Real
Este gráfico compara a faixa de temperatura ideal e máxima recomendada para operação segura dos consoles PS5, Xbox Series X e Nintendo Switch com as temperaturas médias em cidades brasileiras como Manaus, Salvador e Rio de Janeiro. A visualização destaca os riscos reais enfrentados por gamers em regiões tropicais, onde o calor pode facilmente ultrapassar os limites seguros de operação definidos pelos fabricantes.
Então, como mitigar os riscos térmicos? A primeira recomendação é garantir boa ventilação. Nunca instale o console em local confinado ou sufocado. Evite prateleiras fechadas, racks sem circulação de ar ou espaços apertados. O ideal é deixar pelo menos 10–15 cm de espaço livre ao redor das entradas e saídas de ar do console (e no mínimo 10 cm afastado da parede no caso de PS5 e Xbox, que têm respiros traseiros). Se possível, posicione-o em um ambiente ventilado ou climatizado – um quarto com ventilador de teto ou um ponto próximo a uma janela (desde que não pegue sol direto) ajuda a dissipar o calor acumulado. Usar ar-condicionado no cômodo durante longas sessões de jogo pode fazer grande diferença: baixar a temperatura ambiente de ~35 °C para ~25 °C alivia enormemente o sistema de resfriamento interno do console, prevenindo superaquecimento.
Manter o console limpo é outro fator crucial. Com o tempo, poeira, fiapos e pelos (sobretudo quem tem pets em casa) são sugados para dentro pelo ventilador e acabam entupindo as saídas de ar e radiadores. Essa camada de pó atua como um “cobertor”, retendo calor. Portanto, recomenda-se limpar periodicamente as aberturas de ventilação. Pode-se usar um aspirador em modo leve ou ar comprimido com cuidado para retirar a poeira acumulada nos dutos e grades. Muitos técnicos sugerem limpar pelo menos a cada 3–6 meses em ambientes empoeirados. Evitar colocar o console diretamente no chão ou em tapetes/carpete – além de poder bloquear as entradas de ar inferiores, o solo gera mais poeira e vibração. Nunca tampe o console com capas ou panos enquanto ligado (há quem faça isso para “proteger da poeira”, mas acaba cozinhando o aparelho!).
Outro ponto: não exponha o console à luz solar direta ou deixe-o dentro de carros/trunks sob o sol. Isso pode elevar a temperatura interna além do suportável mesmo antes de ligá-lo. Se você mora em local muito quente, jogar à noite pode ser melhor que à tarde, pois a temperatura ambiente estará alguns graus menor. Também é prudente observar os sinais de superaquecimento: se o console estiver quente demais ao toque, se mostrar mensagens de alerta (“muito quente” no PS5), se o ventilador estiver ensurdecedor o tempo todo ou se ocorrerem travamentos/desligamentos repentinos, é um indicativo de que ele está sofrendo por calor. Nesses casos, dê pausas – desligue o aparelho e deixe esfriar por alguns minutos. Nunca bloqueie manualmente as ventoinhas (há quem pense em “abafar” o barulho, o que é uma péssima ideia).
Alguns usuários optam por acessórios de resfriamento, como bases com coolers extras ou suportes verticais com ventoinhas acopladas. Essas soluções podem ajudar um pouco a circulação de ar, mas não fazem milagre se o ambiente estiver quente. É mais efetivo investir em refrescar o ambiente do que tentar resfriar o console isoladamente. Uma dica prática: posicione o console em local elevado (prateleira mais alta) se sua casa for térrea – o ar próximo ao chão tende a ser mais quente e com mais pó; elevando, pega ar ligeiramente mais fresco.
Checklist Visual: Como Evitar Superaquecimento
Infográfico em estilo moderno apresenta um checklist prático para gamers que vivem em regiões tropicais ou ambientes quentes. A imagem inclui dicas ilustradas como: manter o console em local ventilado, evitar exposição direta ao sol, limpar regularmente as saídas de ar, não bloquear as laterais, usar bases com ventiladores e monitorar a temperatura ambiente. O objetivo é oferecer uma referência visual clara e útil para preservar a saúde dos equipamentos.
A manutenção preventiva anual pode ser interessante em países tropicais. Isso envolve abrir o console (numa assistência autorizada) para limpeza profunda, troca da pasta térmica do processador e lubrificação do rolamento da ventoinha se necessário. Por exemplo, após 2–3 anos de uso contínuo num clima quente, a pasta térmica original pode degradar e perder eficiência; aplicar uma nova de boa qualidade ajuda a manter temperaturas baixas. Entretanto, alertamos: não tente abrir o console em casa se não tiver experiência, pois isso pode violar garantia ou causar danos. Prefira enviar a um serviço autorizado Nintendo/Sony/Microsoft. O custo de uma limpeza + troca de pasta pode compensar pela extensão da vida útil do aparelho.
Falando em garantia, é bom ficar atento à garantia e suporte autorizado. No Brasil, os consoles Nintendo e Sony costumam ter 12 meses de garantia oficial. Se ocorrer algum problema térmico (como desligamentos frequentes por superaquecimento) dentro desse período, deve-se acionar a assistência autorizada – não é comum, mas em casos extremos o calor pode provocar falha em componentes (por exemplo, fonte de alimentação que queima, ou soldas BGA que trincam). Empresas podem alegar mau uso se o aparelho apresentar sinais de ambiente inadequado (como corrosão excessiva por umidade), então é bom cuidar bem para não perder direitos de garantia.
Uma curiosidade: o Switch original teve relatos de warp (entalhe ou empenamento) em climas quentes quando deixado no dock por longas horas – o calor concentrado fazia a carcaça empenar levemente. A Nintendo chegou a recomendar usar o console em locais ventilados e não deixá-lo em loop de jogo pesado dentro do dock sob altas temperaturas. Já o Switch 2, espera-se que tenha melhor refrigeração, mas ainda assim os princípios valem: quanto mais fresco o ambiente, melhor para qualquer console.
Além do calor, a umidade alta em regiões litorâneas e Norte do Brasil requer cuidados: após jogar, não desligue da tomada imediatamente se o ambiente estiver muito úmido – deixe o console em standby por alguns minutos para manter internamente um pouco de calor, evitando condensação. Se entrar em casa com o console frio (por exemplo, trazido de um quarto com ar-condicionado) e o ar externo estiver úmido, pode formar gotículas dentro – nesse caso, aguarde antes de ligar para que a umidade evapore. Esse fenômeno de choque térmico é semelhante ao que acontece com lentes de câmera; a recomendação é aclimatar o dispositivo à temperatura ambiente gradualmente.
Resumindo as boas práticas térmicas para consoles em climas tropicais:
Ambiente ventilado e na sombra: mantenha o console em local arejado, longe de sol direto e com espaço ao redor. Se possível, utilize ventilador ou climatização no cômodo quando a temperatura superar ~35 °C.
Nada de espaços fechados: não jogue com o console dentro de racks fechados ou armários sem circulação – isso vira uma “estufa”. Portas de vidro devem ficar abertas durante o uso.
Limpeza regular: remova pó das saídas de ar com aspirador ou pincel macio periodicamente. Evite acúmulo de poeira na estante onde o console fica.
Superfície adequada: coloque o console sobre uma superfície rígida e plana (madeira, metal). Nunca sobre tapete, cama ou tecido fofinho que tampe as ventoinhas. No caso do PS5, se usado na vertical, certifique-se de fixar bem a base para não tombar.
Monitorar sinais: fique atento a ventoinha muito barulhenta, quedas de desempenho (jogo engasgando) ou alertas na tela – são indicativos de aquecimento excessivo. Ao menor sinal, dê um descanso ao aparelho.
Assistência autorizada: pelo menos uma vez a cada 1 ou 2 anos, considere levar o console para uma limpeza interna profissional (especialmente após expirar a garantia). Troca de pasta térmica e remoção de poeira acumulada nas entranhas podem baixar temperaturas em vários graus. Prefira assistência autorizada ou de confiança, pois console moderno é complexo de desmontar sem danos.
Seguindo essas práticas, mesmo em um país quente como o Brasil você pode jogar com segurança. Muitos entusiastas brasileiros adotam essas medidas e conseguem usar seus consoles por anos sem problemas, mesmo enfrentando verões de 40 °C. O importante é lembrar que, embora robustos, aparelhos eletrônicos têm limites térmicos – e cabe a nós garantir um ambiente amigável para eles “respirarem”. Como brincam alguns técnicos, “um console feliz é um console fresquinho”. Portanto, cuide bem do seu videogame e ele retribuirá com muitas horas de diversão sem interrupções.
A ilustração representa visualmente a sobreposição planejada entre o ciclo de vida do Switch 1 e o lançamento do Switch 2, destacando a estratégia dual da Nintendo. Com elementos gráficos que indicam o suporte contínuo ao console anterior mesmo após o lançamento da nova geração, o infográfico mostra a transição gradual, com retrocompatibilidade, suporte a jogos multiplataforma, e a manutenção de duas faixas de preço e público. O objetivo é mostrar como a Nintendo pretende manter ambos os dispositivos no mercado em paralelo por pelo menos dois anos.
5. Ciclo de Vida do Switch 2, Impacto no Switch 1 e Estratégia Dual da Nintendo
Com o lançamento bem-sucedido do Switch 2, surge a questão: como será o ciclo de vida deste novo console e o que acontecerá com seu antecessor, o Switch 1? A Nintendo se encontra numa posição estratégica interessante, pois agora possui dois consoles ativos no mercado – algo que não ocorria desde a era DS/3DS ou Wii/Wii U (neste último caso, o Wii foi rapidamente descontinuado após o fracasso do Wii U). No caso atual, porém, o Switch original é um enorme sucesso e ainda possui uma base instalada massiva que não migrará da noite para o dia. A Nintendo reconhece isso e já sinalizou que pretende manter o Switch original “vivo” enquanto houver demanda.
Em seu relatório financeiro mais recente antes do lançamento do Switch 2, a empresa declarou: “Continuaremos a trazer novos títulos para os mais de 100 milhões de pessoas no mundo que estão jogando o Nintendo Switch”. Isso veio acompanhado do anúncio de que alguns jogos first-party importantes serão lançados no Switch 1 mesmo após a chegada do Switch 2. Por exemplo, foram confirmados Pokémon Legends: Z-A e Metroid Prime 4: Beyond para 2025 no Switch original, e até planos para novos Rhythm Heaven e Tomodachi Life em 2026. Ou seja, a Nintendo planeja pelo menos mais 1 a 2 anos de lançamentos crossgen – suportando ativamente o Switch 1 com jogos novos, ao mesmo tempo que alimenta o catálogo do Switch 2. Essa abordagem é semelhante à da Sony com PS4/PS5 nos primeiros dois anos desta geração, em que muitos títulos saíram para ambos.
Por que manter dois modelos ativos? A razão principal é a gigantesca base do Switch 1: com quase 150 milhões de aparelhos nas mãos dos consumidores, seria um desperdício encerrar abruptamente o suporte. Muitos desses jogadores continuarão ávidos por novos títulos, e atendê-los gera receita adicional (venda de software) sem requerer que comprem hardware novo imediatamente. Além disso, nem todos migrarão de imediato para o Switch 2 – seja por questões financeiras (preço do console novo) ou por satisfação com o atual. Manter o Switch 1 relevante por um tempo permite uma transição suave, diluindo o risco de “perder” usuários no ecossistema. Um paralelo histórico: quando o Nintendo DS lançou em 2004, a Nintendo seguiu vendendo e lançando jogos de Game Boy Advance por alguns anos (o GBA teve lançamentos até 2006, se beneficiando da base). Com o 3DS em 2011, o DS “conviveu” por pelo menos 1 ano de lançamentos minoritários. Já entre Wii U (2012) e Wii, a Nintendo manteve o Wii clássico vendendo muito bem até ~2013 (principalmente em mercados emergentes), pois o Wii U não decolou. No caso atual, o Switch original ainda vendeu 10,8 milhões de unidades no ano fiscal 2025 – nada mal para um sistema de 8 anos. No primeiro trimestre pós-lançamento do Switch 2 (abril–junho 2025), o Switch 1 ainda emplacou 0,98 milhão de unidades vendidas, mostrando que há fôlego restante, possivelmente em mercados fora do eixo principal (América Latina, Sudeste Asiático) e entre consumidores de orçamento menor.
Distribuição de Lançamentos Switch 1 vs. Switch 2 (2023–2026)
O gráfico de barras representa a divisão anual estimada de lançamentos entre o Switch 1, o Switch 2 e títulos crossgen de 2023 a 2026. A transição é clara: Switch 1 em declínio, Switch 2 crescendo e jogos compatíveis com ambos sendo gradualmente reduzidos. Essa visualização ajuda a compreender o planejamento estratégico da Nintendo em manter ambos os consoles por um período, com foco crescente no novo sistema.
A estratégia da Nintendo parece ser dual: incentivar a migração para o Switch 2 com jogos exclusivos de peso, mas sem abandonar totalmente o Switch 1 até se certificar de que a base transicionou. Por exemplo, o carro-chefe de lançamento, Mario Kart World, foi exclusivo do Switch 2 – não saiu para Switch 1. Isso serve para empurrar fãs dedicados (especialmente quem já tem Switch) a adotarem o novo hardware se quiserem a novidade. Outros títulos futuros, como um provável novo Super Mario 3D ou Zelda inédito, também devem ser exclusivos do Switch 2 para maximizar seu apelo. Por outro lado, franquias mais “secundárias” ou jogos multiplayer casuais podem continuar saindo no Switch 1 por um tempo. A lista anunciada no Direct de março/25 reforça isso: Pokémon Legends: Z-A (talvez um spin-off de Pokémon) chegará ao Switch 1, e Metroid Prime 4, que é aguardado há anos no Switch, também será lançado na plataforma antiga. Esses exemplos indicam que a Nintendo quer honrar promessas feitas aos usuários do Switch original (Metroid Prime 4 foi anunciado em 2017 para Switch e depois sumiu, então lançá-lo lá cumpre a palavra). Ao mesmo tempo, pode lançar versões melhoradas desses jogos no Switch 2 ou via retrocompatibilidade com patch de melhoria.
Falando nisso, um fator que impacta a coabitação dos dois modelos é a retrocompatibilidade. Felizmente, o Switch 2 é retrocompatível com os jogos do Switch 1 (ao menos em grande parte). Isso significa que quem migrar para o Switch 2 não perde acesso à biblioteca anterior – um estímulo a mais para transição. E para a Nintendo, significa que ela pode continuar vendendo jogos de Switch 1 por muitos anos, pois os donos de Switch 2 também podem comprá-los. Entretanto, nem todos os jogos antigos rodam nativamente melhor no novo console; por isso a Nintendo anunciou um programa de “Switch 2 Editions” – por exemplo, Zelda: Tears of the Kingdom – Switch 2 Edition e Breath of the Wild – Switch 2 Edition foram mencionados, sugerindo reedições com melhorias gráficas para o novo hardware. Essas edições servem para repassar alguns hits do Switch 1 ao público do Switch 2, prolongando as vendas de títulos antigos (estratégia similar à de Mario Kart 8 Deluxe, que era do Wii U e virou best-seller no Switch).
Em termos de ciclo de vida, é esperado que o Switch 2 tenha uma longevidade semelhante ou maior que a do Switch original, que foi cerca de 7–8 anos de relevância (2017–2024 fortemente, e ainda contando). Se o Switch 2 for lançado em 2025, podemos projetar que seu ciclo principal vá até pelo menos 2030-2031. A Nintendo não costuma seguir estritamente o cronograma das concorrentes – às vezes alonga gerações se o produto vai bem (por exemplo, o Game Boy ficou 9 anos sem sucessor, de 1989 a 1998; o DS durou ~7 anos). Com o Switch 1 vendendo tanto, a Nintendo adiou o Switch 2 o máximo que pôde, então é provável que planeje outro ciclo longo para amortizar o investimento. Claro, a tecnologia evolui e a pressão de mercado (como novos consoles da Sony/Microsoft talvez lá por 2028) pode influenciar. Mas vale lembrar que a Nintendo não compete diretamente em specs, e sim em proposta única – o Switch 2 ocupará o híbrido doméstico+portátil sem rivais diretos, a não ser PCs portáteis de nicho. Portanto, tem espaço para reinar por bastante tempo nesse segmento.
Linha do Tempo de Suporte – Switch 1 e Switch 2 (2023–2026)
Esta linha do tempo apresenta os marcos estratégicos da Nintendo de 2023 a 2026, evidenciando a transição do Switch 1 para o Switch 2. O roadmap ilustra o período de coexistência com jogos crossgen, o declínio planejado do Switch 1 e o foco total no novo console. Ideal para entender o ritmo de transição e suporte planejado pela Nintendo.
Uma questão é se a Nintendo lançará revisões de meio de ciclo para o Switch 2. Na geração passada não houve um “Switch Pro” real (apenas o modelo OLED e Lite, que não aumentaram potência). Nesta, dependendo de como ficar o hardware em relação às demandas futuras, não é impossível vermos um Switch 2 Pro ou “New Switch 2” daqui uns anos, elevando capacidade (similar ao que foi o New 3DS em relação ao 3DS). Isso estenderia ainda mais a vida do ecossistema Switch 2, possivelmente até metade da década de 2030. Porém, isso é especulação – o importante é que a Nintendo costuma extrair o máximo de um conceito antes de partir para outro radicalmente novo.
Quanto ao impacto nas vendas do Switch 1, naturalmente veremos um declínio acentuado nos próximos anos. Em 2024, antes do Switch 2, o Switch original já caiu ~14% em vendas ano a ano. Para 2025 e 2026, espera-se quedas maiores – possivelmente o Switch 1 venda poucos milhões por ano conforme o Switch 2 se populariza. Contudo, graças ao preço inferior, o Switch 1 pode encontrar nichos de sobrevivência. A Nintendo inclusive manteve fábricas produzindo o modelo Lite e talvez o modelo padrão para atender mercados emergentes. No Brasil e outros países em desenvolvimento, é plausível que o Switch original continue sendo comercializado oficialmente por mais alguns anos como opção de entrada, assim como a Sony ainda vende (ou vendia até recentemente) o PS4 paralelo ao PS5. A Nintendo mencionou no relatório que o hardware Switch “apresentou declínio de vendas” mas que mais de 100 milhões de pessoas ainda o utilizam. Enquanto essa base estiver ativa consumindo jogos, faz sentido manter o fluxo de alguns títulos e possivelmente reduzir preço para atrair novos usuários tardios.
Estratégicamente, a Nintendo pode seguir um modelo dual semelhante ao da Apple com iPhones: ter o flagship (Switch 2) para quem pode pagar mais, e manter o modelo anterior (Switch 1) como opção econômica. Isso maximiza cobertura de mercado. Em 2025, o Switch 1 já se pagou inúmeras vezes e a empresa pode reduzir sua margem nele para alcançar consumidores sensíveis a preço – especialmente crianças, famílias ou mercados como o brasileiro, onde um Switch 1 a R$ 2.000 poderia vender muito mais unidades que um Switch 2 a R$ 4.500. Ainda não houve anúncio de corte oficial de preço no Switch 1, mas é algo a observar. Até porque, a partir do momento que as vendas caírem abaixo de um certo limiar, a Nintendo vai preferir estimular a migração. Tradicionalmente, a empresa não gosta de ter muitos hardwares simultâneos (diferente da Sony, que manteve PS2 vendendo até 2010 após lançar PS3). No máximo, 1 ou 2 anos de overlap. Portanto, espera-se que por volta de 2026–27 o Switch 1 seja descontinuado gradualmente, deixando o Switch 2 sozinho no portfólio. O timing exato dependerá das vendas: se o Switch 2 alcançar rapidamente, digamos, 50+ milhões até 2027, a Nintendo se sentirá confortável em encerrar o Switch original. Caso o Switch 2 venda bem, mas não tão rápido quanto previsto, podem segurar o Switch 1 por mais tempo como salvaguarda.
Outro ponto da estratégia Nintendo é unificar a base. Diferente da transição Wii U -> Switch (onde houve ruptura completa) ou mesmo DS -> 3DS, agora eles enfatizaram a continuidade: retrocompatibilidade, transferência fácil de contas/jogos, e manter serviços online integrados. Isso sugere que, a longo prazo, a Nintendo quer que os usuários do Switch 1 eventualmente migrem para o Switch 2 sem perder seus conteúdos ou comunidade. Essa abordagem “amigável” torna a manutenção de dois modelos menos confusa para o consumidor – ambos fazem parte da família Switch. Claro que, em algum momento, jogos novos vão exigir o hardware novo e o antigo ficará apenas com a biblioteca legado. Mas enquanto isso não acontece completamente, a convivência beneficia a Nintendo: ela lucra tanto vendendo Switch 2 para os entusiastas quanto vendendo os últimos Switch 1 e muitos jogos para quem permanece.
Vale mencionar a comparação com a Sony e Microsoft: a Sony suportou o PS4 com lançamentos first-party até 2022 (God of War Ragnarök, Horizon Forbidden West saíram também no PS4). Depois disso, cessou – 2023 em diante, praticamente tudo é exclusivo de PS5. A Nintendo pode seguir lógica parecida: suporte ao Switch 1 até ~2026, depois fim. A Microsoft, por sua vez, integrou gerações via Smart Delivery e está menos dependente de hardware específico (foca no Game Pass e xCloud), mas no lado Nintendo, a transição ainda é tradicional.
Em termos de projeção de vendas: o Switch 2 tem potencial de repetir ou até superar o Switch 1 se mantiver o ritmo e a Nintendo evitar gaps de lançamentos. Eles ambicionam 15M no primeiro ano fiscal, o que ultrapassa os ~14M que o Switch original vendeu no mesmo período inicial. Se alcançado, o Switch 2 estaria a caminho de talvez 50 milhões em 3 anos, e quem sabe 100 milhões em 5–6 anos – algo factível se continuar vendendo bem e abarcando quem não tinha Switch antes. Contudo, há variáveis: a adoção de smartphones e tablets é ainda maior hoje, e a concorrência indireta (dispositivos mobile + serviços de nuvem) cresce. Mas o fato de o Switch 1 ter chegado a 150M em plena era mobile mostra que o conceito híbrido agrada muita gente.
Tabela Comparativa: Modelos Nintendo Switch (2017–2024)
A tabela apresenta um comparativo direto entre os modelos Switch 1, Switch Lite, Switch OLED e o recém-lançado Switch 2. São destacados aspectos como tela, portabilidade, uso em dock, desempenho e preço estimado, oferecendo uma visão clara para consumidores, analistas e entusiastas.
Uma preocupação especulativa é: o Switch 2 conseguirá manter dois modelos ativos sem canibalização? Ao lançar um console novo, sempre há o risco de prejudicar as vendas do antigo e vice-versa. No entanto, a segmentação de preço e público tende a minimizar isso – quem compraria um Switch 1 em 2025 provavelmente ou não pode pagar o Switch 2 ou é um consumidor tardio que não se importa em não ter o último modelo. Já quem faz questão das novidades, gráficos melhores e lançamentos exclusivos migrará de qualquer forma. A Nintendo, portanto, deve observar atentamente as vendas de jogos first-party no Switch 1 vs Switch 2: se perceber que a rentabilidade no antigo caiu muito, pode acelerar a transição (por exemplo, cancelando versões de certos jogos para Switch 1). Por enquanto, entretanto, a mensagem oficial é de suporte contínuo: “traremos novos títulos para a base do Switch enquanto houver mais de 100 milhões jogando”. Isso indica um compromisso de curto a médio prazo com a dualidade.
Em termos de estratégia para manter dois modelos ativos, a Nintendo pode aplicar lições do passado:
Preço: eventualmente, reduzir o preço do Switch 1 para mantê-lo atraente como opção de entrada (especialmente o Switch Lite, que poderia virar um produto para crianças bem acessível).
Posicionamento: Marketing claro diferenciando o “Switch 2 – nova geração, melhor performance” vs “Switch (original) – biblioteca extensa, ótimo custo-benefício”. Evitar confundir o consumidor médio (algo que ocorreu com Wii U, quando muitos achavam que era só um acessório do Wii; aqui, felizmente, o nome Switch 2 deixa claro que é sucessor).
Produção: ir diminuindo a fabricação do modelo antigo conforme a nova ganha escala, para não gerar excesso de oferta. Estima-se que a Nintendo já tenha reduzido lotes de produção do Switch 1 em 2023/24 e realocado recursos para o Switch 2.
Jogos exclusivos vs crossgen: calibrar o line-up de lançamentos de forma a satisfazer usuários do antigo sem ofuscar o apelo do novo. Um equilíbrio: talvez títulos multiplayer e familiares (Mario Party, Just Dance, títulos third-party de baixo requisito) continuem crossgen, enquanto grandes system-sellers (um novo Mario 3D, um novo Monster Hunter exclusivo, etc.) sejam apenas no Switch 2.
O ciclo de vida do Switch 2 em si deve ser robusto. Se considerarmos o padrão Nintendo recente, 7 a 8 anos é provável. Até porque a companhia tende a não lançar hardware “geração e meia” com frequência – preferem upgrades incrementais (como Switch OLED) dentro da mesma gen e um salto maior só na próxima. Então podemos ver:
Switch 2: 2025 lançamento.
Talvez um Switch 2 Lite em 2027-28, focado em portabilidade e mais barato (substituindo de vez o Switch 1 Lite).
Possível Switch 2 Pro em 2028-29 se julgarem necessário para competir com novos consoles da Sony/Microsoft (pura especulação).
Sucessor (Switch 3 ou outra coisa) só no início da década de 2030.
Durante esse período, o Switch original deverá ter saído de cena, e o Switch 2 assumido toda a base. Em termos de impacto nas vendas do Switch 1 durante a coexistência: espera-se um efeito de canibalização controlada. Nos primeiros meses de Switch 2, as vendas do Switch 1 já caíram uns ~80% em relação ao ano anterior (dados de abril-junho indicam ~0,98M vs ~3,5M do ano anterior nesse trimestre). Mas ainda assim vendeu quase 1 milhão – ou seja, ainda há público pegando o console velho, provavelmente devido a estoque remanescente e quedas de preço no varejo. Conforma o Switch 2 se populariza e (eventualmente) se tiver uma revisão mais barata, o Switch 1 tenderá a cair para praticamente zero. Talvez a Nintendo anuncie formalmente o fim da produção do Switch 1 em algum momento de 2025 ou 2026, dependendo do andamento. Uma coisa é certa: as vendas de jogos de Switch 1 permanecerão relevantes por anos, pois mesmo após descontinuado, a base instalada gigante continuará comprando jogos atrasados, DLCs, usando eShop, etc. A Nintendo inclusive terá que manter a infraestrutura online do Switch 1 (Nintendo Switch Online) funcionando possivelmente durante todo o ciclo do Switch 2, dado o compartilhamento de plataforma online. Isso é diferente de quando migrou do Wii U para Switch, em que a base antiga era pequena e pôde ser “desligada” mais cedo.
Estratégicamente, a Nintendo também precisa evitar concorrência interna desnecessária em lojas: por exemplo, se o Switch 1 e Switch 2 ficarem com preços muito próximos, o consumidor fica confuso sobre qual levar. Hoje há um abismo de preço (US$ 299 vs US$ 449 lá fora; R$ ~3000 vs R$ 4500 aqui), então a segmentação está clara. Se no futuro o Switch 2 baixar para, digamos, US$ 349, faz sentido o Switch 1 cair para US$ 249 ou menos para manter distância. No Brasil, caso ocorra alguma redução do Switch 2 (difícil, mas quem sabe em 2026), espera-se que o Switch 1 já esteja bem mais barato ou fora do mercado oficial.
Para fechar, analisemos a estratégia da Nintendo de ter dois modelos ativos do ponto de vista de negócio: ela consegue monetizar duas bases simultaneamente. Vende hardware novo de alta margem para os entusiastas (Switch 2) e continua vendendo hardware amortizado (Switch 1) com margem ainda positiva para late adopters. No software, cada usuário adicional conta – então atender 150M de usuários existentes com alguns jogos novos é dinheiro garantido, enquanto constrói-se a base nova. Isso difere da estratégia arriscada de “cortar” a geração anterior e apostar tudo na adoção rápida da nova (como foi do Wii para Wii U, que falhou). Aqui é mais conservador e, ao que tudo indica, acertado. O Switch 2 teve um início tão bom que mesmo que o Switch 1 morra logo, ele terá com quem contar; mas caso aconteça algum revés inesperado com o Switch 2, a Nintendo ainda teria a base do Switch original para não ficar sem receita – uma espécie de rede de segurança.
Contudo, até agora todos os sinais são positivos para o Switch 2: recordes de vendas, ótima recepção, forte lineup de lançamentos (Mario Kart World no launch, Donkey Kong Bananza logo depois, etc.). Então o mais provável é que a Nintendo gradualmente transfira seu foco principal para o Switch 2 a partir de 2025, sem grandes prejuízos. Em 2026, possivelmente veremos a maioria esmagadora dos títulos grandes apenas no Switch 2, e o Switch 1 recebendo talvez jogos de nicho ou localizações tardias. Em 2027, o Switch 2 já deverá ter base suficiente para a Nintendo dizer “obrigado Switch original, missão cumprida” e descontinuá-lo.
A imagem simboliza o momento histórico vivido pela indústria de games: o encerramento do ciclo de consoles como o Switch 1, PS4 e Xbox One, e o avanço em direção à nova geração representada pelo Switch 2, PS5 e Xbox Series X. À esquerda, os consoles antigos aparecem com tons nostálgicos e desbotados, representando o legado e a importância que tiveram. À direita, os novos modelos brilham com iluminação futurista e traços modernos, indicando evolução tecnológica, promessas e expectativas do mercado. A ponte visual entre os dois lados é marcada por fluxos de dados e cores que representam a continuidade e adaptação do setor. O fundo transita de um pôr do sol para um nascer do sol, sugerindo o fechamento e a abertura de ciclos.
Conclusão
O Switch 2 inicia seu ciclo de vida com força, e a Nintendo planeja um período de transição cuidadoso com o Switch 1. A empresa vai equilibrar o suporte a ambos no curto prazo, visando migrar gradualmente sua imensa comunidade para o novo sistema. Com isso, pretende repetir (ou superar) o sucesso do Switch original, estendendo a era “Switch” por mais uma década. Se tudo correr conforme o esperado, ao final do ciclo do Switch 2 estaremos falando talvez de mais um console Nintendo ultrapassando 100 milhões em vendas e consolidando a filosofia híbrida como pilar da Nintendo. E para os jogadores, essa estratégia significa mais opções: seja continuar aproveitando seu bom e velho Switch por algum tempo, seja entrar de cabeça na nova geração Switch 2 – há conteúdo planejado para ambos. Como a própria Nintendo colocou, a ideia é “maximizar a satisfação dos usuários mantendo títulos para o hardware existente, enquanto introduz experiências inovadoras no novo hardware”. Em outras palavras, dar longevidade ao Switch 1 sem estagnar o Switch 2. Se bem-sucedida, essa estratégia cimentará a transição mais suave já realizada pela Nintendo entre gerações de consoles.
🔗 Referências Utilizadas
Os dados, análises e informações apresentadas neste artigo foram baseados em fontes confiáveis, incluindo relatórios financeiros oficiais das fabricantes, veículos especializados e comunicados à imprensa. Confira as principais referências:
Nintendo, Sony e Microsoft — dados extraídos de relatórios trimestrais e anúncios oficiais das empresas.
Kotaku — “Nintendo Is Raising The Price…” detalha o reajuste dos preços da linha Switch 1 nos EUA (kotaku.com). Também utilizado como base o artigo sobre o recorde de vendas do Switch 2 e os dados atualizados que confirmam 6 milhões de unidades vendidas.
PlayStation.Blog — anúncio do aumento de preço do PS5, com justificativa oficial da Sony e datas por região (blog.playstation.com).
The Verge — cobertura completa sobre o reajuste do Xbox Series X e o aumento global das assinaturas do Game Pass em 2023 e 2024 (theverge.com).
Game Informer — matéria sobre o preço de lançamento de Zelda: Tears of the Kingdom, confirmando o valor de US$ 70 como novo padrão da Nintendo (gameinformer.com).
Video Games Chronicle (VGC) — comparações de vendas entre o PS5 e PS4 no lançamento e recordes do Switch 2 no Japão (videogameschronicle.com).
Nintendo Life — dados de vendas acumuladas do Nintendo Switch original, que superaram 129 milhões de unidades globalmente (nintendolife.com).
Wccftech — análise sobre o suporte contínuo da Nintendo ao Switch 1, mesmo após o lançamento do Switch 2 (wccftech.com).
Nintendo Everything e Circana (ex-NPD) — confirmam o recorde histórico de lançamento do Switch 2 nos Estados Unidos, superando vendas de qualquer outro console nos primeiros dias (nintendoeverything.com).
Asurion — recomendações sobre como evitar o superaquecimento de eletrônicos em climas quentes, com foco em consoles portáteis (asurion.com).
PlayStation.com — manual oficial do PS5 informando temperatura ideal de operação para o console (playstation.com).
RicardoRibas.com.br — análise de mercado paralelo no Brasil envolvendo o Xbox Series X e variações de preço fora da distribuição oficial (ricardoribas.com.br).
CNN Brasil — reportagem sobre o preço de lançamento do Nintendo Switch 2 no Brasil, bem como reações do mercado nacional (cnnbrasil.com.br).
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